sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ESTRUTURA E FUNÇÕES DO CEREBELO


O cerebelo encontra-se na fossa posterior do crânio abaixo da tenda do cerebelo, a qual separa o lobo occipital do cérebro, superiormente, do cerebelo inferiormente. É a maior das estruturas que compõem o rombencéfalo, ligando-se às demais estruturas do sistema nervoso central através dos pedúnculos cerebelares.
Estando localizado imediatamente atrás da fossa rombóide, o cerebelo delimita com esta a cavidade que constitui o quarto ventrículo. O cerebelo apresenta uma porção mediana ímpar, o vermis cerebelar, e duas porções laterais ao vermis conhecidas como hemisférios cerebelares direito e esquerdo. Entretanto, essa classificação não é a mais importante, uma vez tendo sido demonstrado através de estudos uma preponderância no que se refere aos aspectos que agrupam origens filogenéticas em comum nesse órgão. Dessa forma, temos o arquicerebelo constituído pelo lobo floculonodular, formado pelos flóculos direito e esquerdo que se unem ao nódulo, sendo responsável pelas funções de equilíbrio, o páleocerebelo formado pelo lobo anterior, pirâmide e úvula relacionado com as funções que envolvem o controle da motricidade no que se refere à medula e o neocerebelo, abrangendo as demais estruturas do órgão estando relacionado com os aspectos mais recentes de funcionamento de acordo com a escala evolutiva.
O cerebelo possui um córtex formado por substância cinzenta e um corpo medular constituído por substância branca onde se encontram os núcleos centrais. O córtex possui sulcos e fissuras que adentram em direção ao corpo medular delimitando lâminas finas conhecidas como folhas cerebelares.
A fissura prima separa o lobo anterior do lobo posterior. A fissura póstero-lateral separa o lobo posterior do lobo floculonodular. Quanto aos aspectos funcionais, o cerebelo caracteriza-se por trabalhar de modo inconsciente, estando relacionado com a manutenção do equilíbrio e da postura, controle do tônus muscular, controle dos movimentos voluntários e aprendizagem motora.
O cerebelo também costuma ser dividido em zonas longitudinais devido características fisiológicas peculiares que estas zonas apresentam. A zona medial é representada em parte pelo vermis, sendo também conhecida como vestíbulo-cerebelo. Desta zona partem as fibras eferentes do núcleo fastigial. A zona intermédia também é conhecida como espino-cerebelo e dela partem as fibras eferentes dos núcleos globoso e emboliforme.
A zona lateral, de onde partem as fibras eferentes do núcleo denteado, por sua vez, é conhecida como cerebro-cerebelo pois dela depende o perfeito funcionamento dos processos motores que são integrados ao córtex cerebral, o qual estabelece conexões com essa região do cerebelo no sentido de aplicar os movimentos veiculados a sequências temporais previamente definidas.    

Citoarquitetura do córtex cerebelar: camada molecular, camada de células de Purkinje e camada granular.

Fibras que penetram no cerebelo e se dirigem ao córtex: 
·    Fibras Musgosas: fibras aferentes de origem vestibular, pontina e medular.
·    Fibras Trepadeiras: axônios de neurônios situados no complexo olivar inferior.
 
Núcleos Centrais e Corpo Medular do Cerebelo: 
·       Núcleo Denteado
·        Núcleo Emboliforme
·         Núcleo Globoso
·         Núcleo Fastigial
Núcleo Interpósito: núcleos globoso e emboliforme.

Conexões Extrínsecas Aferentes: 

Fibras Aferentes de Origem Vestibular: fibras originadas nos núcleos vestibulares chegam ao cerebelo pelo fascículo vestíbulo-cerebelar. Essa via é importante para a manutenção do equilíbrio e da postura básica.
Fibras Aferentes de Origem Medular: chegam ao cerebelo através dos tractos espino-cerebelar anterior e espino-cerebelar posterior,  localizados no funículo lateral da medula. Essa via permite ao cerebelo avaliar a tensão nas fibras musculares.
Fibras Aferentes de Origem Pontina: também chamadas de fibras ponto-cerebelares.

Conexões Eferentes: 

·     Zona Medial: fibras fastígio vestibulares / tracto vestíbulo-espinhal, fibras fastígio reticulares / tracto retículo-espinhal. As conexões eferentes da zona medial estão relacionadas com o controle do equilíbrio e da postura no que se refere à musculatura axial e proximal dos membros, atuando sobre os neurônios motores do grupo medial da coluna anterior da medula.
·  Zona Intermédia: via interpósito-rubro-espinhal e via interpósito-tálamo-cortical. As conexões eferentes da zona intermédia estão relacionadas com o controle dos movimentos delicados relativos aos músculos distais dos membros, atuando sobre os neurônios motores do grupo lateral da coluna anterior da medula.
·      Zona Lateral: via dento-tálamo-cortical. Ao passar do núcleo denteado para o tálamo e deste para o córtex, o impulso segue pelo tracto córtico-espinhal atuando sobre os músculos distais dos membros no controle dos movimentos delicados, semelhante ao que ocorre na via intermédia. 

Bibliografia:
Neuroanatomia Funcional  -  Ângelo Machado
Neuranatomia  -  Eros Abrantes Erhart
Neuroanatomy  -   William DeMyer (The National Medical Series for Independent Study )
The Human Nervous System - Basic Principles Of Neurobiology - Charles R. Noback, Robert J. Demarest

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