sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Neurofisiologia Introdução.



Sistema nervoso central e sistema nervoso periférico são as duas principais divisões do sistema nervoso. O primeiro reúne as estruturas situadas dentro do
crânio e da coluna vertebral, enquanto o segundo reúne as estruturas distribuídas pelo organismo. Ambos são constituídos de dois tipos celulares principais: neurônios e gliócitos.
O neurônio é a principal unidade sinalizadora do sistema nervoso e exerce as suas funções com a participação dos gliócitos. É uma célula cuja morfologia está adaptada para as funções de transmissão e processamento de sinais: tem muitos prolongamentos próximos ao corpo celular (os dendrites), que funcionam como antenas para os sinais de outros neurônios, e um prolongamento longo que leva as mensagens do neurônio para sítios distantes (o axônio).
Os neurônios comunicam-se através de estruturas chamadas sinapses, que consistem cada uma delas em uma zona de contato entre dois neurônios, ou entre um neurônio e uma célula muscular. A sinapse é o chip do sistema nervoso; é capaz não só de transmitir mensagens entre duas células, mas também de bloqueá-las ou modificá-las inteiramente: realiza um verdadeiro processamento de informação.
O impulso nervoso é o principal sinal de comunicação do neurônio, um pulso elétrico gerado pela membrana, rápido e invariável, que se propaga com enorme velocidade ao longo do axônio. Ao chegar à extremidade do axônio. o impulso nervoso provoca a emissão de uma mensagem química que leva a informação intacta ou modificada para a célula seguinte.
Neuroglia é o conjunto de células não neuronais, os gliócitos, tão numerosos quanto os neurônios no cérebro como um todo, e que desempenham funções de infraestrutura. mas também de processamento de informação: nutrem, dão sustentação mecânica, controlam o metabolismo dos neurônios, ajudam a construir o nervoso durante o desenvolvimento, funcionam como células imunitárias, e de certo modo regulam a transmissão sináptica entre os neurônios.
No sistema nervoso, os neurônios são agrupados em grandes conjuntos com identidade funcional. Isso faz com que as diferentes funções sejam localizadas em regiões restritas, embora haja uma enorme conectividade e interação entre elas. Cada região faz a sua parte, contribuindo para a integração funcional do conjunto. Quando conversamos com alguém, ao mesmo tempo o vemos (visão), falamos (linguagem). conservamos a postura (motricidade), temos emoções e memórias etc. Cada uma dessas funções é executada por uma parte do sistema nervoso. Mas todas as partes operam coordenadamente. Essa é a teoria da localização de funções no sistema nervoso.

Desenvolvimento Embrionário, Maturação Pós-natal, Envelhecimento e Morte do Sistema Nervoso:

O sistema nervoso transforma-se com o tempo. Por isso, o desenvolvimento embrionário, a maturidade, o envelhecimento e a morte são fenômenos sequenciais da sua existência.
A morfogênese do sistema nervoso representa a série de transformações morfológicas que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário. O sistema nervoso surge muito cedo no embrião, como uma placa de células ectodérmicas que proliferam e se transformam em um tubo cilíndrico. Este cresce, contorce-se e se transforma em uma estrutura composta de vesículas- protuberâncias que sobressaem ao tubo neural que são as precursoras das grandes regiões do sistema nervoso.
O desenvolvimento neural segue uma sucessão de etapas que conduzem à gradativa especialização dos neurônios juvenis, à sua agregação e à formação dos circuitos neurais entre eles. As células nervosas se dividem várias vezes, mas em um certo momento interrompem o ciclo celular, migram para seus locais de destino, adquirem suas características morfológicas, funcionais e químicas, emitem axônios que crescem até locais distantes do corpo e lá estabelecem sinapses. A finalização do desenvolvimento consiste na eliminação seletiva de neurônios, axônios e sinapses excedentes, e finalmente na mielinização dos feixes. As células da neuroglia desenvolvem-se mais prolongadamente ao longo do tempo.
Em paralelo com essa sequência biológica de eventos, estabelecem-se gradativamente as funções do sistema nervoso humano: ainda dentro do útero, o feto começa a se mover e a indicar que capta informações sensoriais; depois, ao nascimento, alguns reflexos simples são logo associados e se tornam mais e mais complexos. Algumas capacidades cognitivas aparecem, e logo a linguagem permite um grande avanço psicológico da criança, que se estende em uma série intensiva de aquisições mentais.
O envelhecimento representa uma cadeia de etapas degenerativas que inevitavelmente resultam na morte do sistema nervoso e do indivíduo. O cérebro envelhece por uma crescente dificuldade em sintetizar substâncias essenciais ao metabolismo e à função neuronal, e pela síntese de substâncias anômalas que agridem os neurônios e se depositam no tecido. Como consequência, o indivíduo apresenta sintomas cada vez mais acentuados de deficiências sensoriais, motoras e psicológicas.

Referências Bibliográficas:
LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios? Conceitos Fundamentais de Neurociência-2ª edição. Brasil: Editora Atheneu, 2010.

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